A psicanálise e sua evolução no contexto social: transformando indivíduos e influenciando a sociedade

A psicanálise evolui acompanhando os hábitos e costumes de nossa civilização. Essa evolução pode ser acompanhada por meio das anamneses. Uma coisa está ligada a outra. As sessões terapêuticas bem executadas devem proporcionar uma melhoria psicológica nos pacientes. Essa melhora se converte em bem estar emocional e estabilidade psíquica, o que traz segurança e um reflexo positivo nos relacionamentos interpessoais e na produtividade.

Em paralelo, por meio do profundo estudo estatístico e metodológico de seus resultados, notar-se-ão novas resistências, desafios e aprimoramentos a serem realizados. Um exemplo claro disso foi quando Freud absteve-se da hipnose para dar lugar a associação livre. Ele constatou que a hipnose conduzia o paciente diretamente a um evento traumático ligado a um sintoma aparente, porém, poderiam haver falhas e limitações na análise do quadro todo. Conteúdos inconscientes mais recalcados poderiam não vir a tona e, desta forma, os sintomas retornariam.

O arcabouço e as técnicas vão ficando maiores. A humanidade vai evoluindo por meio das trocas entre analista e analisando. Indiretamente, nos encaminhamos para a compreensão plena do aparelho psíquico humano. Vamos viajar no tempo e evoluir com a psicanálise?

Como seria possível essa viagem no tempo e evolução por meio das trocas? A primeira questão refere-se a todo o conteúdo já coletado nas anamneses por psicanalistas, psicólogos e terapeutas espalhados por todo o país. Ciente da necessidade e da ética de sigilo envolvida, trarei aqui também uma possível forma de se repensar a sociedade. 

Por meio das anamneses, informações demográficas podem ser consultadas. Algumas dessas mais genéricas seriam idade, localização, profissão, renda e hábitos. Seria possível conciliar os sintomas mais comuns com as circunstâncias ambientais. Pois, veja bem, se estamos visando evolução, ao notarmos as questões ambientais que comprovadamente afetam negativamente o psicológico das pessoas, por que não atuar e efetuar ajustes de forma ativa e dinâmica nestas questões em paralelo? Essa provavelmente seria uma ligação direta entre psicanálise e sociologia.

É um ato ousado que enxergo com bons olhos e com muito sentido. Soluções gerais que não considerem a psicologia e todo o avanço já conquistado podem ser capengas, transitórias, e por vezes até mesmo agravar a situação. 

É claro que com a melhora das pessoas que se entregam ao processo terapêutico e transmutam os seus afetos isso já causa um efeito cascata positivo na sociedade. Porém, correções ambientais enraizadas também podem causar um efeito ainda maior. Não necessariamente algo revolucionário deva ser feito, mas pequenos ajustes para que os gatilhos emocionais mais comuns possam ser eliminados. 

Com isso, possivelmente a demanda psicanalítica pode cair, mas isso não deve ser uma preocupação. Na realidade, preocupações econômicas não deveriam sobrepujar a saúde emocional e psicológica de alguém. Qual seria o espírito colocado no que tange as pessoas se pensássemos assim? 

Seguir este caminho e esta solução sem tréguas evidenciaria o quanto camadas e mais camadas de poder também colaboram ativamente para que a saúde psicológica e emocional das pessoas fique onde está, dessa forma garantindo a manutenção de alguns interesses. Afirmo que isso jamais deve ser esquecido ou desconsiderado. É uma atividade dos profissionais do setor. Não faz parte da cura providenciada para os analisandos. É um trabalho extra honroso e humano para quem deseja expandir o conhecimento psicológico para o bem estar comum.

Além disso, fora do contexto social, há a linha de estudos a respeito da efetividade técnica da terapia, algo que aponta mais para o andamento dela em si do que a anamnese inicial. Há muitos mecanismos de defesa do ego que já foram solidamente mapeados, mas durante este intervalo de tempo até hoje, novos mecanismos se formaram ou alguns já conhecidos evoluíram? A respeito da abordagem arquetípica de Jung, pôde-se notar a mesma constituição simbólica padrão de acordo com circunstâncias ambientais? A efetividade terapêutica varia de país para país? Ou seja, é mais efetivo lidar com os problemas afetivos e com as neuroses americanas do que as neuroses europeias? 

Uma questão igualmente relevante é a respeito de lugares onde a miséria seja estabelecida firmemente. Não deve ser possível analisar alguém com muita fome, pois o problema dele está muito mais enraizado do que qualquer afeto. É algo emergencial, urgente. As próprias teorias a respeito da pulsão da fome poderiam trazer os insights profundos que dariam suporte a uma mudança social básica, apoiada nos conceitos básicos que envolvem a psicologia humana, e somada ao mínimo de humanidade.

A psicanálise chegou a um ponto culminante onde muitas teorias foram acumuladas. A base foi Freud, mas se estendeu para outras linhas, todas embasadas cientificamente. Ok, após tantos anos, tantas descobertas, o que aprendemos? Onde poderemos aplicar as conclusões? O fato de existir o consciente e o subconsciente, como pode-se manipular isso para que os problemas básicos sociais sejam resolvidos? A questão também é: existe o interesse em resolver essas questões? Por que não expandir o nível da psicanálise para a evolução social?

A psicanálise é mais do que uma prática clínica: é também uma ponte para o autoconhecimento coletivo.

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Uma resposta para “A Evolução da Psicanálise e o Impacto das Anamneses na Transformação Social”

  1. Avatar de Raphael Bispo

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